Notícias de Lugar Nenhum ou uma época de tranquilidade – um romance utópico
William Morris
“Decifra-me ou devoro-te” parece sussurrar-nos à distância – com um sorriso ladino, no canto da boca – este verdadeiro enigma oitocentista. Senão, vejamos: poeta, artífice, vidraceiro, arquitecto, romancista, designer, tecelão, decorador, orador, restaurador, pintor, escultor, mestre, editor, administrador, carpinteiro, tipógrafo, gráfico, marcheteiro, marceneiro, calígrafo, oleiro, ensaísta e formador. O que não terá sido o velho polímata vitoriano? Fundou a Sociedade para a Protecção dos Edifícios Antigos, filiou-se na Fraternidade Pré-Rafaelita e deu lugar ao Movimento Artes e Ofícios em meados do século XIX.
No último quartel do século, proclamou-se primeiro socialista, depois social-democrata e, finalmente, comunista. Ombro a ombro com Eleanor Marx e Friedrich Engels, ajudou a erigir uma nova visão social do mundo.
Hoje, os seus papéis de parede decoram quartos e cortinados, estofos e chávenas, e não poucos grafismos levam a sua estampa.
Antes mesmo de conhecer o seu nome, deparamo-nos com os seus impressos. O mar de mercadorias a que se opôs empedernidamente e a atomização da produção que combateu em vida – o que dá azo à novela utópica que o público leitor ora tem à mão de semear – não se detiveram nem mesmo diante das obras-magnas de suas mais finas artesanais.
ISBN: 9789897355332
Mais Livros Letras Lavadas
Quando a realidade teima em parecer uma distopia, vale a pena reler William Morris e as suas “Notícias de lugar nenhum”, em que o estranho, e o estrangeiro, somos nós num outro tempo.
António Simões do Paço
Professor de História, Investigador e Tradutor. Membro do Observatório para as Condições de Vida e Trabalho (OCVT).
“Notícias de Lugar Nenhum”, o maravilhoso romance marxista utópico e romântico/revolucionário de William Morris, é não só um dos grandes clássicos da literatura socialista, mas também uma obra pioneira da ecologia comunista/libertária do futuro.
Michael Löwy
Director Emérito do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS/Paris), autor de “Marx, esse desconhecido” (Boitempo, 2023).
Já perto do fim de uma vida dedicada às artes, à dignificação do trabalho e à revolução, William Morris deixa-nos – no romance “Notícias de lugar nenhum” – a sua profunda convicção de que é possível, com a utopia, inspirar e mobilizar para a acção.
Isabel Donas Botto
Tradutora e Professora Aposentada da Universidade de Coimbra, foi tradutora de “Artes Menores”, de William Morris (Antígona, 2023).
Sem saber que era impossível, William foi lá e fez: deu à luz a estas “Notícias”, reconciliou a Estética com a Ética, e repôs o trabalho vivo em seu devido lugar, i.e, o núcleo central de tudo o que mais importa à humanidade.
Roberto Della Santa
Cientista Social, Investigador Integrado do CeG UAb/Lisboa e Co-organizador de “Notícias de Lugar Nenhum”. Membro do OCVT.
Este é o socialismo em que acredito. A sociedade onde gostava de viver – igualitária, livre e justa. Morris desenhou um lugar onde, finalmente, nos reconciliamos com a nossa própria humanidade
Raquel Varela
Historiadora, Professora com Agregação da FCSH UNL/Lisboa e Co-organizadora de “Notícias de Lugar Nenhum”. Presidente do OCVT.
De um tipógrafo ilhéu para outro, é com orgulho que decidimos editar este autêntico mestre-artesão, William Morris, noutro recanto também utópico do Atlântico – o Arquipélago dos Açores -, com o olhar para sempre voltado ao universo infinito das Artes Gráficas e tudo o que poderá nos trazer.
José Ernesto Chaves Rezendes
Editor e Fundador da Letras Lavadas Edições