Trilhos do Progresso Português – Memórias de Sir John Rennie em Portugal Continental (1855-1857) e Açores (1861; 1863)
A obra Trilhos do progresso português Memórias de Sir John Rennie em Portugal Continental (1855‑1857) e Açores (1861; 1863), como nos elucida a investigadora Elisa Gomes da Costa, é a autobiografia de Sir John Rennie escrita em 1867, quando terminou a sua carreira profissional. O texto memoralístico Autobiography of Sir John Rennie, F.R.S., Past President of the Institution of Civil Engineers, Comprising the History of his Professional Life together with Reminiscences dating from the commencement of the century to present life, London | New York: E. & F. N. Spon, foi editado em 1875, um ano após o passamento do autor sem ter sido revisto por ele.
Na minudenciada nota introdutória, a pesquisadora faz um enquadramento histórico assaz fundamentado do conturbado lapso temporal do liberalismo português, experienciado e descrito na 1.ª pessoa por Sir John Rennie no seu texto autobiográfico.
A tradução realizada por Elisa Torre é anotada e exaustivamente comentada com preciosos informes fornecidos nas notas de rodapé, tendo o intuito de acrescentar novos conteúdos ou emendar erros involuntários do autor.
Esta obra proporciona aos leitores avisados um deleitoso retrato de Portugal, na segunda metade do século XIX, dos seus governantes, das suas gentes, das suas paisagens, dos seus patrimónios materiais e imateriais, ou seja, dos seus usos, costumes e tradições populares.
Todavia põe também a nu as “crónicas” falhas conjunturais relativamente às infraestruturas portuárias, viárias e ferroviárias do país, projetos, aliás, que motivaram a vinda do distinto engenheiro inglês ao nosso país. Este texto é também um importante testemunho histórico do lapso temporal descrito (1855‑1863), quase uma década, podendo ser um precioso auxílio a investigações históricas ou do domínio da engenharia.
«O livro da autoria da Professora Elisa Gomes da Torre intitulado “Trilhos do Progresso Português – Memórias de Sir John Rennie em Portugal Continental (1855-1857) e Açores (1861; 186)”, constitui um relevante contributo para a análise do nosso país, designadamente na segunda metade do século XIX, nas suas várias vertentes e muito em concreto o estudo das problemáticas relacionadas com os portos e as linhas férreas.
Por outro lado, na última parte da sua autobiografia, John Rennie descreve a sua experiência no arquipélago dos Açores, especificamente na ilha de São Miguel, onde foi convidado a projetar o porto de Ponta Delgada, em 1861.
Trata-se de uma obra de grande importância tanto para historiadores e engenheiros, como para o público em geral. Recomendo-a vivamente».
Professor Doutor Luís Andrade
—-
Autora: Elisa Gomes da Torre